Conspiração e Abrigo
Portugal: País de espiões e refugiados durante a II Guerra Mundial

Conspiração e Abrigo

Data:  18 de Novembro, 16h00

Local: Quinta do Carmo

Conspiração e Abrigo

No dia 18 de Novembro, a Quinta do Carmo recebeu mais uma conferência do ciclo “Diálogos com História”.

A Prof.ª Irene Flunser Pimentel (Instituto de História Contemporânea) apresentará o tema “CONSPIRAÇÃO E ABRIGO: Portugal, país de espiões e refugiados durante a II Guerra Mundial”.

Portugal, país neutral durante a II Guerra Mundial, foi um dos poucos portos de abrigo europeus para grande número de refugiados, fugidos à guerra e à perseguição hitleriana.

Ironicamente, foi numa ditadura autoritária e nacionalista, com simpatias pelo anticomunismo e antiliberalismo do regime nazi alemão, que muitos refugiados, com costumes diferentes, comportamentos sociais e opiniões culturais e políticas diversas se relacionaram com os portugueses

A ausência de anti-semitismo na ideologia salazarista, o facto de o regime ditatorial português, apesar de ter se- melhanças com o regime nazi, se ter diferenciado em aspectos essenciais do alemão, assim como as circunstâncias geopolíticas da neutralidade portuguesa acabaram por possibilitar a salvação através de Portugal de muitos dos perseguidos pelo nacional-socialismo.

A sua entrada no país foi, porém, dificultada, particularmente pela Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), a sua presença apenas tolerada enquanto estadia temporáriade trânsito e o exílio definitivo impedido. É sobre esse contexto de Portugal face à Segunda Guerra Mundial, que se transformou num país de troca de mercadorias e informações e de espionagem dos dois lados beligerantes que me proponho aqui falar.
Irene Flunser Pimentel é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, mestre em História Contemporânea (século XX) e doutorada em História Institucional e Política Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Elaborou diversos estudos sobre o Estado Novo, o período da II Guerra Mundial, a situação das mulheres e a polícia política durante a ditadura de Salazar e Caetano.

É investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH da UNL), estando neste momen- to está a realizar um projecto de Pós-Doutoramento, aprovado pela FCT, intitulado «O processo de justiça política relativamente à PIDE/DGS, na transição para a democracia em Portugal».

É autora e co-autora de diversos livros, entre os quais se contam: – Textos relativos a Portugal da obra Contai aos Vossos Filhos. Um Livro sobre o Holocausto na Europa, 1933-1945 (Gótica, 2000); – Judeus em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial. Em Fuga de Hitler e do Holocausto (Esfera dos Livros, 2006); – Salazar, Portugal e o Holocausto, com Claudia Ninhos (Círculo de Leitores, 2013); – Espiões em Portugal durante a Segunda Guerra Mundial (Esfera dos Livros, 2013); – O Comboio do Luxemburgo. Os Refugiados judeus que Portugal não salvou em 1940, com Margarida de Magalhães Ramalho (Esfera dos Livros, 2016).

Este conferência insere-se no ciclo “Diálogos com História e Património”, desenvolvido pelo grupo CIDADE – Cidadãos pela Defesa e Património de Estremoz.
Promovidas pelo núcleo do CECHAP em Estremoz, o núcleo CIDADE, as conferências terão periodicidade mensal, com excepção do mês de Agosto.

Têm lugar em espaços diversos que estejam de algum modo associados aos temas abordados.

Os temas respeitam um critério cronológico, de forma a abordarmos vários períodos da história de Estremoz.

Três serão dedicadas à Idade Média, três à Idade Moderna e outras três à Idade Contemporânea.

geral@cechap.com​

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