ISABEL DE ARAGÃO: uma rainha do seu tempo
Isabel de Aragão, rainha consorte de D. Dinis, destaca-se entre as soberanas portuguesas pelo facto de a sua vida se ter tornado exemplo para a posteridade, como rainha, mãe e santa.
Personagem multifacetada, sobre a sua figura a lenda teceu um manto e uma aura de santidade que tem sido sempre apresentada como a sua única matriz. Porém a sua imagem física, loura, alta e forte, não parece estar de acordo com a fragilidade que lhe atribuem. Na verdade, revela ao longo da vida uma solidez e uma força plenas de carácter.
Ao lado de Dinis, Isabel tem uma presença marcante, surgindo em primeiro plano sobretudo nos contextos religiosos e de assistência, espelhando um rosto de rainha consorte que valoriza e cuida do seu povo.
Simultaneamente, em épocas de conflito, Isabel serve-se dos canais institucionais de que dispõe na teia política do seu tempo, e umas vezes apoia o marido, outras não. Assim, quando D. Dinis enfrenta o príncipe D. Afonso, Isabel está do lado do filho, sofrendo por isso as consequências dos seus atos.
Nela muitas mulheres do seu tempo encontraram novas formas de agir no mundo, e como ela muitas rainhas consortes aprenderam a exercer a sua função, não pretendendo ser diferentes, mas apenas fiéis ao que tinham aprendido. Isabel não é, pois, uma mulher extraordinária. É simplesmente uma Mulher do seu tempo que ousou tomar o seu lugar ao lado dos homens, sem que isso constituísse um especial favor.
O percurso que propomos é o da biografia desta rainha que, de diversas formas teve a sua vida (e morte) ligadas a várias localidades portuguesas, entre elas Estremoz.