Povoar, Deferder, Enquadrar: As instituições e Formas de Vida Religiosa na Estremoz Medieval

Data: 22 de Abril de 2017, 16h00

Local: Sala do Capítulo do Convento de São Francisco, Estremoz

Povoar, Defender, Enquadrar: As instituições e Formas de Vida Religiosa na Estremoz Medieval

Integrada no domínio cristão cerca de 1230, Estremoz permanece, ao longo de toda a Idade Média, como uma vila de particular importância estratégica, tanto em tempos de luta contra o poderio muçulmano como em épocas de instabilidade militar com o vizinho reino de Castela.

Nela se vão cruzar diversos interesses, entre os da Coroa portuguesa, empenhada em manter o controle sobre o seu território, às ordens militares, que lograrão chamar a si o padroado das igrejas da vila, à mais distante Sé eborense, ciosa das suas prerrogativas e direitos.

Ao enquadramento paroquial da vila e do seu termo alia-se a instalação paulatina de diversas ordens religiosas, nomeadamente as mendicantes, com S. Francisco e Santa Clara, e o mais tardio mosteiro de São João da Penitência, que acaba por albergar mulheres oriundas de um antigo beatério eborense colocado sob a tutela da Ordem do Hospital.

Estas testemunham a influência de mais tardios movimentos laicais de reforma, que as aproximam dos eremitas da Serra de Ossa, esses homens leigos, sem Regra instituída, que com frequência circulam pela vila e se instalam no seu termo.

O percurso proposto levar-nos-á por estes e outros caminhos, percebendo o sentido destas opções religiosas, os seus objectivos e impacto na vila de Estremoz e, sempre que possível, rompendo um pouco da obscuridade que impende sobre a história de muitas destes conventos e mosteiros.

ISABEL DE ARAGÃO: uma rainha do seu tempo

Isabel de Aragão, rainha consorte de D. Dinis, destaca-se entre as soberanas portuguesas pelo facto de a sua vida se ter tornado exemplo para a posteridade, como rainha, mãe e santa.

Personagem multifacetada, sobre a sua figura a lenda teceu um manto e uma aura de santidade que tem sido sempre apresentada como a sua única matriz. Porém a sua imagem física, loura, alta e forte, não parece estar de acordo com a fragilidade que lhe atribuem. Na verdade, revela ao longo da vida uma solidez e uma força plenas de carácter.

Ao lado de Dinis, Isabel tem uma presença marcante, surgindo em primeiro plano sobretudo nos contextos religiosos e de assistência, espelhando um rosto de rainha consorte que valoriza e cuida do seu povo.

Simultaneamente, em épocas de conflito, Isabel serve-se dos canais institucionais de que dispõe na teia política do seu tempo, e umas vezes apoia o marido, outras não. Assim, quando D. Dinis enfrenta o príncipe D. Afonso, Isabel está do lado do filho, sofrendo por isso as consequências dos seus atos.

Nela muitas mulheres do seu tempo encontraram novas formas de agir no mundo, e como ela muitas rainhas consortes aprenderam a exercer a sua função, não pretendendo ser diferentes, mas apenas fiéis ao que tinham aprendido. Isabel não é, pois, uma mulher extraordinária. É simplesmente uma Mulher do seu tempo que ousou tomar o seu lugar ao lado dos homens, sem que isso constituísse um especial favor.

O percurso que propomos é o da biografia desta rainha que, de diversas formas teve a sua vida (e morte) ligadas a várias localidades portuguesas, entre elas Estremoz.

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